Desde que fechei a loja estou no dilema, o que vou ser quando crescer???
Pois então, procurei trabalho em período integral, as condições não eram favoráveis, ou eu teria que viajar com um salário bacana, ou não viajaria, mas o salário não seria satisfatório. Agora vcs me perguntam....pq não era satisfatório??? Pq para voltar a trabalhar teria que deixar os meninos no período integral na escola, o que dobraria os custos com eles, mais ou menos uns R$2 mil. E claro que além de pagar os custos da escola tinha que sobrar alguma coisa pra mim.......Ah! Trabalho que tem que viajar esta fora dos meus planos hj, por vários motivos.....
2013 entrou com esta dúvida. Que eu vou fazer então??? Tb procurei um trabalho em meio período e cheguei a conclusão que isto não existe, apenas uma utopia para nós brasileiras e uma realidade para mães de alguns países de primeiro mundo.
Comecei a filosofar sobre o assunto e conversar com outras mães amigas e descobri que várias delas passavam por este dilema.
As mulheres da minha geração sofrem uma pressão de serem perfeitinhas em tudo (acho que fomos criadas assim, fez parte do pacote das mães que queimaram sutiã).......serem lindas, gostosas, excelentes profissionais, mães maravilhosas e esposas amantes fogosas, claro sem esquecer da casa, que tem que ficar impecável como novela da rede Globo. Essa pressão se passou através das conquistas das gerações anteriores, mas esqueceram de nos perguntar qual é a conquista, a batalha que queremos abraçar.
Vou responder por mim, talvez por outras tantas mulheres que ando conversando também. Queremos abraçar a conquista da qualidade de vida, de podermos estar perto dos nossos filhos para ajudar na lição de casa, sem esquecer os nossos sonhos pessoais que foram construído antes dos filhos, sim, não podemos abrir de nós mesmas!!!
A nossa geração enxerga a importância da família, sabemos que as mulheres na sua maioria SÃO o eixo central da família. Queremos cuidar e proteger as nossas crias, achamos por vários motivos que a terceirização da educação não é bacana. Mas ao mesmo tempo sentimos a dor e a culpa de não estarmos produzindo, pois ouvimos a vida toda para sermos independentes financeiramente........
E aí o que sobra para as mães "galinhas chocas"??? Criar alternativas para seu tempo livre. Empreender. Ou até mesmo se contentar e muito em ser apenas mãe (trabalho duro, diga-se de passagem).
Vejo nas minhas conversas que muitas mães abriram mão de suas carreiras em grandes empresas, que as sugavam. Mães que foram mandadas embora sem dó, pq já tinham grandes salários e davam conta do recado, então acham que estamos com tempo sobrando. E as mães que viram empreendedoras, tarefa dificílima no nosso país......
Algumas já acalentaram seu coração com a situação, mesmo pq abrir mão de certas coisas em pró da família, do outro, é muito desprendimento e um risco que tomamos, sem saber ou querer o reconhecimento. Outras estão em busca de respostas que preencha todos os espaços do coração.
Enfim, a única conclusão que chego a conclusão é que nosso país não tem empresas com pensamento moderno, que saibam que quem tem família tem mais conta pra pagar, naturalmente é mais responsável e tem que administrar o seu tempo com maestria.
Enquanto isso nós "Galinhas Chocas" do século XXI vamos escarafunchando alternativas para nos desenvolvermos como mulheres e continuarmos tomando conta das nossas famílias com qualidade, não superficialmente. Vamos desfazendo os dilemas e fazendo escolhas que sejam boas para todo mundo, mas nem sempre para gente. E o mais importante é que fazemos isso sempre com um sorriso no rosto se conseguirmos ver o sorriso no rosto das nossas crianças.