Sabe, desde criança, gostava muito do vento, de sentir o vento, tanto que uma das minhas atividades prediletas qdo era adolescente em dia de vento era ir pra varanda da minha casa e ficar em pé deixando o vento me despentear, como se meus cabelos tivessem vida própria. Sentir o vento ressecar o rosto e a pele esticar, isso me fazia me sentir viva, me sentir pertencendo ao mundo, a natureza.
O vento é o ar em movimento, nunca esqueci essa frase da aula de ciências. E achava incrível como ele dava vida a coisas inanimadas, até hoje acho....
Cresci e continuei gostando do vento, mas de formas diferentes, não tinha mais a minha varanda.
Por isso acho que um dos motivos de eu gostar tanto do inverno tb é o vento. O vento gelado, que deixa as bochechas duras, as mãos geladas e me lembra novamente que estou viva e preciso me proteger, que preciso sobreviver.
Então ficamos adultos, temos que batalhar o nosso dia-a-dia, matar um leão por dia e eis que não sentimos mais o vento, ou melhor, esquecemos de percebê-lo, pq ele esta ali. Ele faz que a tal sensação térmica fique pior, ele refresca nos dias abafados e a gente só focado em ganhar mais um dia, vencer mais uma parada. Trabalhamos anestesiados, no automático
Mas o que mais me surpreende no vento são as épocas que depois de muita luta, depois que consigo passar a arrebentação, ele se faz presente novamente, ele se faz sentir.
Depois de épocas conturbadas, ou até sombrias, qdo consigo ver a luz do túnel novamente, chega meu amigo vento me acarinhar, mostrar no meu rosto, sua intensidade, sua temperatura e a minha vida....
E hoje apesar do dia abafado, enquanto levo as crianças para escola, num dia rotineiro, ele vem de novo pela janela do carro me avisar que a época de melancolia acabou, que eu devo sentir ele enrugando meu rosto novamente e acreditando que a vida esta em movimento o tempo todo.
terça-feira, 29 de agosto de 2017
quarta-feira, 19 de julho de 2017
Escolhas....
Hoje vou de textão...
Ontem assisti ao péssimo programa do Bial, com a presença da Cássia Kis, que até onde eu imaginava era uma mulher esclarecida, muito culta e "cabeça'. O personagem Bial não precisa de descrições.
Então, como Bial esta "grávido" e abobalhado, já levou o tema de maternidade e filhos pelo menos duas vezes que eu vi. Então o tema era a maternidade e o aumento dos casais que decidem não ter filhos.
Em cima de estatísticas foi um show de horror de opiniões (Bial e Cássia) de quem não desce do Olimpo para saber a situação real do país e de qto o mundo esta mudando.
Cássia Kis que teve seu primeiro filho aos 38 e depois mais 3, disse que é maravilhoso como experiência e aprendizado ter filhos, eis que Bial apresenta uma moça de 29 anos que disse ter decidido com o companheiro de não ter filhos, uma típica mulher dessa década, com cabelo rosa, óculos bacanézimo e opinião e peito o suficiente para carregar seus arrependimentos para o resto da vida.
Eis que a atriz que eu achava cool, com opiniões, começa a meio que vir com aquele discurso superior, que como é mãe, tem essa vivência e como a moça moderna do cabelo rosa ia abrir de tão fantástica experiência que nos engrandece sobrenaturalmente. O moça ficou sem graça e eu tb.
Graças a Deus a Mariana Varella estava lá para eu não mudar o canal tão rápido, explicando que hj temos muitas escolhas ao ser mulher e todas tem seu ônus e bônus. E tb disse, o que não é novidade para quem não mora no Olimpo, que essa discussão é de uma classe média privilegiada, nas periferias, as meninas continuam sendo mães aos 14 anos de idade e que é uma maneira tb de ter algum status por lá, onde a comunidade olha mais pra essa menina.
Enfim, Deixa eu explicar uma coisa pra vcs queridos globais, estamos em 2017 e estamos lutando por menos esteriótipos e mais liberdades de escolha. Não ter filhos é uma escolha, e nessa vida, nenhuma escolha é definitiva, sempre podemos mudar de ideia, mas senão entendam, ser mãe, com toda a doriana que nos vendem é uma invenção. Antigamente era necessário ter filhos para sucessões de reinos, garantir territórios ou simplesmente virar mão de obra, século passado era importante os filhos para o desenvolvimento da sociedade e o crescimento do consumo, e como homem não pari jogam mais essa pra nós, como se a vida fosse nascer, crescer e reproduzir, até Darwin arrepiaria com tão simples descrição da humanidade.
Na verdade foi pura vergonha alheia, Bial e Cássia Kis pareciam duas testemunhas de Jeová tentando converter os "pecadores" de sua vida nas sombras.
Estamos no século 21, por favor, existem mil combinações de ser feliz, até a tradicional, não podemos colocar o carimbo na testa dos diferentes e deduzir que são menos felizes pq não estão completos. Já nascemos completos!!!
E por último Bial solta uma estatística do BR em 2050, que seremos uma nação com 30% da população idosa, a atriz quase pula achando que aí esta o argumento final pra todo mundo sair reproduzindo. Se situa colega, isso é bom, não podemos aumentar vertiginosamente as bocas pra comer, talvez não tenha comida para todos, talvez não tenha emprego para todos, talvez nem todos queiram trabalhar.
Ah! E só pra avisar se a lindona do cabelo rosa cool não mudar de ideia e não tiver filhos, a humanidade não vai se extinguir....
PS.: Este texto é para dois sem filhos que tenho certeza que seriam ótimos pais e seria ótimo ver miniaturas deles por aí, mas que são melhores ainda como tios que só estragam e ensinam muitas coisas que só eles sabem, por serem exatamente como são! Tks Tato Sabo e Deborah Miron.
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