quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

As boas escolhas que fazemos.

Quando somos jovens, somos bem inconsequentes, fazemos as coisas na loucura do momento, no quente, na adrenalina. Depois, se houver alguma coisa pra arrumar lááá na frente, pensamos na solução. Muito boa essa fase, onde só podemos fazer mal a nós mesmos.
A maturidade vai chegando, a responsabilidade também. Depois que temos filhos então, todos os nossos passos são pensados, tudo para deixar o caminho dos serzinhos mais amados por nós, lindo e perfeito.
Então, a partir de agora vou contar a epopéia que é escolher uma escola para nossos filhotes.
Bom, os meninos estavam em uma escolinha de bairro, com a super comodidade de ser a uma quadra da minha casa, onde a babá e/ou eu ia levar e depois buscar.
Quando o Chicão estava no penúltimo ano da escola, comecei a me preocupar para onde eles iriam, óbvio, pq não mudaria somente um da escola. Comecei a pesquisar, perguntar e no lugar menos óbvio do mundo recebi a dica da minha vida. Um dia quando estávamos na Buzzi Pizzaria, lugarzinho MARA pra ir comer com a criançada, pq tem uma brinquedoteca com monitores, uma cliente escutou minha preocupação sobre escola para os pequenos e o tipo de escola que eu sonhava, que fosse o máximo possível parecido com a filosofia de onde estudei.
Como toda mãe realizada, a tal cliente não se conteve e começou a falar sem parar de tudo de bom que acontecia na escola que seus filhos estudavam, de como ela estava satisfeita e como seus filhos eram felizes.
Graças a internet fui averiguar on line, gostei, mas precisava ver com meus olhos. Marquei um entrevista com a coordenadora da educação infantil. Cheguei na escola e já me encantei com as obras da criançada espalhadas pela escola, sem pudor nenhum em serem bem feitas ou mais ou menos, aliás não tinha nada mais ou menos. Os cantinhos todos pensados para os pequenos e o melhor nada construído, acarpetado, mas sim meio que improvisado, com sucatas, coisas feitas por eles, coisas doadas obviamente pelos pais, como máquinas de escrever velhas, panelas velhas, fogão velho.......SENSACIONAL. Na hora que a coordenadora me levou para passear pela escola, fui me encantando cada vez mais e na hora que cheguei no bosque com uma casa na árvore pensei: É AQUI!!! Ah! Detalhe o Chicão foi comigo e ficou tímido no começo e no fim já estava fazendo educação física com uma criançada mais velha. Já deixei uma reserva de matrícula, em 2009 (a loka!)
Logicamente, como toda mulher, fiz pesquisa em outras muitas escolas, algumas legais, outras menos, mas todas enoooormes e tinha até aquela que a criançada tinha que passar o crachá. Pedi opnião do maridon e quando ele conheceu o Projeto fechou também comigo, se encantou.
Em 2011, se iniciou a minha experiência mais emocionante como mãe e como admiradora de crianças e suas verdades. Fui vendo a transformação diariamente nos meus pequenos, em cada dia que chegavam inteiros pintados de tinta, ou com a mochila cheia de massinha feita na escola mesmo, no interesse pela pesquisa em querer saber mais e mais, as conclusões então eram cada vez mais sensacionais. Claro tudo devido as proporções de cada idade.
Este ano tivemos encontro literário, musical, de artes, festa junina e encontros de família. Tudo para mostrar a importância do aprendizado e a evolução dos pequenos. E o mais legal de tudo isso é o clima de integração entre as famílias que a escola consegue fazer. Depois de alguns meses, parece que todos somos amigos de longa data, com direito a marcar encontros e comemorações. Juro que as vezes tenho vontade de voltar a ser criança ou de que os papos das "mães do portão" dure a tarde inteira.
Pois bem, foi nos últimos dias de aula deste ano que tive a certeza mais que absoluta da escolha que fiz para meus filhos (sim, tive que escolher para os outros, puta responsa). Foi no meio da semana passada, um dia bem quente, pra variar cheguei atrasada e deixei a turma na portaria com as fofas que os encaminham para as salas e tive a notícia que estava rolando um banho de magueira lá no bosque, o Cainho que esta meio com sono, se animou na hora para ver a proeza dos amigos. Claro que fiquei curiosa e fui espionar.
Fui num cantinho da entrada da escola onde podemos visualizar quase metade do bosque e tive uma visão, quase como se eu tivesse achado a passagem para um jardim secreto, como se num filme. Via todo aquele verde iluminado com um solzão lindo e de repente passou uma fada lilás, que provavelmente estava correndo de uma princesa ou para o balanço. Logo após a fada lilás vi um Super Homem, com uma capa esvoaçante ao correr e muito. Vi também uma bailarina de amarelo sendo empurrada na balança por uma professora sorridente. Ah! Achei o banho de mangueira. Havia uma fila de meninos e meninas com seus "underwear" ou biquinis e sungas, todos molhados e gargalhando muito, enquanto outra professora os regava como lindas plantinhas que dariam muitos frutos.
Essa visão foi inexplicável, meus olhos se encheram de lágrimas, me deu uma paz de saber que meus pequenos príncipes também eram personagens deste jardim secreto, uma vontade de estar ali também e além de tudo que eu havia feito feito a escolha certa.
Ah! O desenho acima foi o Chicão que fez, no dia da fantasia inventada, é ele mesmo, vestido de ET, com tiara de estrelinha que reformamos em casa e roupa de plástico bolha!!!

domingo, 4 de dezembro de 2011

O admirável mundo novo das crianças!

É impressionante como uma cabecinha sem preconceitos e tabus enfiados na sua opinião conseguem nos ensinar.
Que o mundo dos nossos filhos será bem diferente do que é o nosso hoje, isso eu não tenho dúvida. Se para o bem ou para o mal, isso só depende da naturalidade que nós pais encaramos as mudanças e nos moldamos as novas convenções. Se as mudanças vem para o bem, tem amor envolvido, porque não achar natural.
Isso mesmo, temos que abrir a mente, limpá-la de tudo o que nos foi dito quando éramos pequenos ou jovens. Transformar a nossa cabecinha em um papel em branco e deixar que nossos filhos ajudem a desenhar como será o admirável mundo novo das crianças.
Estou falando isso pq na sala do Francisco tem um menininho de muita sorte, foi escolhido por duas mulheres muito corajosas que queriam ter uma família, como qualquer outro casal que se ama.
Corajosas, por expôr sua sexualidade, por expor os seus sentimentos e ainda mostrar com naturalidade para esse molequinho de sorte que o que importa é o amor que sentimos uns pelos outros e o respeito por sua individualidade.
Presenciei um momento muito emocionante ao irmos ao aniversário desta criança, o discurso depois do parabéns, de umas dessas mulheres me fez ir as lágrimas e entender que eu estava presenciando uma grande transformação da sociedade, onde todos ali presentes estavam apenas em mais um aniversário de criança da salinha do seu filho, só isso.
É muito legal ver como as crianças encaram com naturalidade tudo o que lhes é proposto, principalmente se tiver uma energia boa.
Essa criançada serão adultos muito melhores que nós.
Agora pq estou falando tudo isso, pq fiquei emocionada com um trabalhinho coletivo que turminha andou aprontando este semestre. Eles produziram a agenda telefônica da turma, com os nominhos e cada um desenhando o seu coleguinha.
Foi aí que me emocionei, qdo chegamos na página do pequeno sortudo o Francisco foi logo falando e explicando seu desenho:
- Mãe, sabia que o X não tem pai?
- Sabia Chico.
- Ele tem uma mãe e uma madrinha!
-Legal né Chico?!
O desenho explicava tudo, a tal mãe e madrinha, juntinhas como de mãos dadas e meu amiguinho afortunado sorrindo.
Precisa dizer mais alguma coisa?